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Tudo vira bosta

Written By De Estimação on sábado, 22 de novembro de 2008 | 18:06


Por Dilair Queiroz


O jeito manso de falar denuncia uma mistura de sotaques e o sorriso, sempre aberto e cativante, é um convite para puxar conversa. Assim que começa a falar, a estudante de jornalismo Pauline de Azevedo Machado Chaves revela ser completamente o contrário do que sua aparência quieta sugere.


Antes de qualquer coisa, deixa claro querer ser chamada pelo apelido Lin, abreviação de seu primeiro nome. Aos 34 anos, Lin tem muitas histórias para contar e afirma que, após ter passado por inúmeras situações difíceis, seu amor pela vida só aumentou, “procuro viver um dia após o outro, o que não é tarefa fácil pra mim porque sou totalmente ansiosa”, desabafa ela.


A carioca de Botafogo nasceu no dia 14 de novembro de 1973 e, orgulhosa, conta ser de escorpião, “o signo mais guerreiro do zodíaco”. Dona de uma personalidade extremista, Lin diz ser instável, o que impulsiona suas freqüentes mudanças de humor. Sua característica mais forte é o amor pelos animais, aos quais ela dedica a vida, a fim de defendê-los.


Aos 26 anos, cansada de viver amedrontada pela violência do Rio de Janeiro, saiu da casa da mãe, Palmira Machado, e foi para Fortaleza, onde morou por um ano com um casal de amigos. Nessa época pôde conhecer pessoalmente Fernandes Júnior, um amigo virtual que encontrara no bate-papo do UOL quando ainda morava no Rio. Desde o primeiro encontro construíram uma amizade que perdura até hoje. “Essa moça aí é adrenalina pura, força bruta e inteligência nata. Estourada de dar nó em pingo d'água, mas com um coração mais mole do que a mais derretida das manteigas”, afirma o amigo.


Quando passou a morar sozinha em Fortaleza, seu condomínio ficava perto de um parque, onde havia muitos gatos abandonados. Como tem um gosto especial por felinos, rapidamente adotou 12 gatinhos, encarando os vizinhos do prédio que reclamavam do barulho e do cheiro dos animais. Nada que a abalasse, afinal, ela não se preocupa muito com a opinião dos outros, prefere tomar suas próprias decisões e ignorar qualquer intervenção alheia.


Nos setes anos em que permaneceu em Fortaleza, trabalhou como vendedora na loja de eletrodomésticos Arapuã, foi assessora jurídica da Unimed, cursou secretariado, fez três períodos de administração e, em 2004, seguindo o conselho do amigo Júnior, iniciou o curso de jornalismo na Faculdade Nordeste (FANOR). Desde criança sonhava em ser veterinária, mas, como não conseguia passar no vestibular, decidiu encarar o jornalismo para ver se gostava. Com um sorriso nos lábios, ela comenta: “Era tudo o que eu queria. Por meio do jornalismo eu posso realizar meu sonho de representar os animais, dando voz a eles”.


Com intenção de conscientizar crianças, Lin criou a campanha Paz Também Para os Animais, onde fazia eventos em escolas públicas de Fortaleza, promovendo ações de respeito entre homem e bicho. Com base no documentário “Janela da Alma”, ela elaborou o documentário “Extremos: Casos de amor e crueldade entre humanos e animais” que era exibido neste evento.


Comentando sobre sua dedicação na faculdade, ela diz que nunca gostou de estudar, chegou até a ficar reprovada na 5ª e na 7ª série, porque gazeava as aulas para ir namorar ou visitar amigos. Mas, agora está totalmente empenhada nos estudos e, depois de ter seu projeto de conclusão de curso aprovado (a revista De Estimação, especializada no cuidado de cães e gatos), diz que seu sonho de formatura está se realizando.


Aliás, sonhos é o que não faltam para Lin. Depois de se formar vai procurar patrocínio para comercializar sua revista e, após ter segurança financeira, pretende engravidar, até já escolheu o nome da criança: Júlio. Além disso, deseja conhecer a Ilha do Mel, ser cremada quando morrer e ter suas cinzas jogadas num abrigo de animais. Os sonhos que já realizou foram: passar o carnaval em Salvador e correr atrás do trio elétrico, conhecer seus ídolos e ver seu sobrinho Samuel nascer.


As maiores paixões de Lin, depois dos animais, são a música e a dança. Além de ser presidente do fã clube da banda Asa de Águia, também é fã do cantor Maurício Manieri e do roqueiro Supla, sendo que já teve a oportunidade de conhecer todos estes. Além disso, fez dois anos de aulas de dança de salão. “Dançar é uma das coisas mais maravilhosas que se pode fazer na vida. Você esquece todos seus problemas quando entra no salão”.


No campo amoroso, a carioca se mostra bastante romântica. Sempre em busca de alguém especial, já teve namorados no Rio, Paraná e Fortaleza. Desses, o mais especial foi o primeiro namorado, Franklin, com quem namorou por cinco anos, a partir dos 14. Outro namoro marcante foi em 2002, quando se apaixonou por um rapaz e, depois de dois anos de relacionamento, descobriu que ele era padre.


Sobre a qualidade dos conteúdos expostos na mídia, ela comenta: “A imprensa podia gastar mais dinheiro em programas educativos e deixar que as pessoas pensem por si mesmas”, o que demonstra sua preocupação com a ética na profissão que exercerá. Quando se fala em religião, ela logo relembra um fato dos tempos em que era católica. Quando sua irmã mais velha ia fazer a festa de 15 anos na igreja, o padre negou ceder o local porque a mãe delas era divorciada. Sem entender a lógica do padre, Lin decidiu que aquela não era a religião apropriada para ela, com instintos de liberdade e pensamento crítico, ela se sentia presa sob as normas católicas. “A igreja prefere que a pessoa seja feliz ou viva de aparências?”, indaga ela. No momento, ela diz se identificar com a doutrina espírita, onde diz se sentir mais a vontade: “Não quero viver presa a regras. Não tenho que fazer determinada coisa porque a sociedade quer. Dane-se a sociedade”.


Para terminar, faz questão de citar sua paixão pela cantora Rita Lee. Além de se identificar com ela por ambas serem defensoras dos animais, Rita tem uma música cujo refrão é “e tudo vira bosta” que, segundo Lin, é um resumo de suas ideologias. Esquecer o passado, não pensar no futuro e viver intensamente o presente, pois, afinal, um dia tudo vai acabar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Lin, vc é doida? kkkk o que é isso????????????
ass: duda

Rafael Daher disse...

Que saudade da minha querida amiga-virtual-selvagem-mara. asuhasuhuhasas
Um beijo, Rafa.

Madame A. disse...

Amei, amei, amei
quem é o cara?
huhauhauahua
Isso aí, a frase resume bem:
TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO....VIRÁ O QUÊ?????
BOOOOOOOOOSTA!
huahauahuahau


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